terça-feira, 7 de abril de 2009

INFORMAÇÃO

Em breve estarei disponibilizando o Blog Revista em Foco para que outros autores possam ocupar esse espaço. Ando um tanto ocupado ultimamente (com a releitura de meu romance <> e dos afazeres das escolas onde leciono), mas durante a Semana Santa estarei atualizando-o, sobretudo com novas idéias, como crônicas, desenhos de humor, poesias, contos, tirinhas e com vossas produções.
A maior satisfação que tenho é o partilhamento de idéias e realizações. Sejam bem vindos!
Caros leitores do blog, desejo que nesta semana de profunda reflexão, de respeito mútuo, todos os nossos lares e nossas mentes estejam povoados de graça e bem-aventurança.
Caso interessem em mandar-me artigos, poesias, contos, crônicas, piadas, tirinhas – ser-lhes-ei muito grato. Em especial ao direito sobre a produção dos textos e imagens.

quinta-feira, 26 de março de 2009

CONTO



O homem vai rua afora, ajeita os óculos, olha para a direita e para a esquerda, cospe ao chão, olha agora para trás e não pára. Ouve uma voz lhe chamando, olha para trás novamente e não vê ninguém. Quer atravessar a rua, mas teme a aproximação de um automóvel sendo dirigido por um motorista bêbado, imprudente e que ali estivesse para tão somente atropelá-lo. Pára, olha para os sapatos pretos e vê que não estão bem lustrados, pensa em procurar um engraxate, mas ali não haveria nenhum, esquece os sapatos; de posse de um exemplar de jornal, põe-se a folheá-lo, de relance, abre de imprevisto na página de economia, lê sobre os índices de uma bolsa de valores e não se interessa pela leitura; abre na página de esportes e vê uma manchete sobre seu time preferido e não lê o noticiário. A política talvez lhe interessasse mais, odiava política, mas achava bom ler sobre política para depois fazer uma sátira e publicar em um jornal local. De repente, ouve de novo a voz, agora melíflua, talvez sobre os resquícios da leitura costumeira de Florbela Espanca ou Rimbaud. Não dobra a rua, pois os olhos fitos em um outdoor o sugestionou a olhar o sinaleiro, teria que caminhar cinqüenta metros em trinta segundo e atravessar a rua sem perigo algum. Assim o fez, o sinal lhe permitia passar com segurança, mesmo assim o medo sempre lhe respondia como disciplina.
Da esquina avistou o enorme trem pela primeira vez, estancou o olhar camponês que a tudo impressiona e a tudo sugere. A curiosidade pela máquina sobre trilhos infinitos estava agora a olho nu, instante de rara aparição. Haveria de caminhar mais apressadamente para não perder de vista o magnífico vulto de ferro que tanto o impressionava desde os tempos em que assistia a westerns, quando criança. Isso era impossível, o trem tinha que seguir e a ele não importava a direção, o aspecto do tempo - a curiosidade era momentânea, haja vista a abundância de paisagem visual da grande cidade.
Ali na esquina, o homem estava certo de que alguém lhe reconheceria, no mundo em que a imagem é a razão de ser da pessoa, convém-nos tornar públicas as atitudes e as observações, sejam as palavras desprezíveis e as imagens impalpáveis. As pessoas têm em comum o gosto pelos holofotes e pela quebra da monotonia. Por um instante ali ficou, esfregando as mãos, folheando o jornal como se estivesse lendo, tudo para ser visto e encontrar alguém que lhe puxasse a conversa.
_ Em que posso ajudá-lo, senhor... disse uma moça dos cabelos crespos e que usava uma camisa branca com dois corações paralelos.
_ Nada que a senhorita possa resolver-me – disse o homem. – Afinal o que eu procuro parece não ser deste mundo.
Um carro desceu velozmente a rua vertical à que ele estava conversando com a moça; olhos no olhos, em sinal de reconhecimento à custa, ofuscado pelo insulfilm, a primeira imagem que lhe veio à mente foi a do Dr. Rosas, amigo da família em outras épocas. Desfizeram-se tudo em segundos, logo que o carro dobrou a esquina à direita; tão logo a cena tornou-se esfacelada, em flash, como se o carro fosse focalizado a 220 km por hora e sob transe, era capaz de imaginar o caos da cidade grande.
Não se ouviu mais a voz meiga da moça, e o homem ali parado, olhos atentos nos caracteres, na propaganda, no formato e nas cores variadas da impressão offset e de quando em vez olhando o vestir, o andar das pessoas e o sinal de trânsito para que, na hora que melhor lhe conviesse pudesse seguir destino sabemos lá por onde. Ali ficou mais cinco minutos, sem se dar conta que estava a coçar a barriga e as virilhas, a palitar os dentes como lhe era de hábito. Só veio a dar conta de que a vida lhe transcorria cotidianamente quando ouviu ao longe o apito do trem. Um assalto seguido de morte, na mudança de sinal do trânsito para vermelho. Uma mulher loira, de cabelos longos e olhos mel, jazia caída ao volante do automóvel prata, há poucos metros dele, que nada poderia fazer enquanto o assassino fugia em um carro preto.
Em segundos, o que lhe fora pacato na vida, agora se perdera com a efemeridade brusca das coisas; o belo e o profano passaram a conflitar nesta mente parva como indexador de conceitos. A cena mais grotesca de um crime vista pela primeira vez por olhos tão ingênuos serviu-lhe de modelo à reconstrução de seu conceito de arte, arte que era vista senão pela arte dos poetas e dos artistas plásticos, agora passou a uma infinidade de tons a partir do fluir vermelho do sangue à realidade animal, grotesca, mediúnica e viva e consistente.
O homem, ajeitando novamente os óculos, ali ficou à espera da policia, certamente seria relatado a testemunhar o crime, talvez o único a ser citado no boletim de ocorrência a testemunhar. Sem saber o que fazer, sentou-se em um banco de táxi e ali ficou sem lenço nem documento. O engraxate que por ali passava, fez-lhe companhia, tão logo ouve o som do carro da polícia...

segunda-feira, 16 de março de 2009

POESIA


NAS NUVENS

Há dias que ando nas nuvens
Sob fumaças que me embriagam.
Desejos com que me alimento
Além da dor da carne.
E do falar frouxo
E do gosto de amar sofrendo.

Morto em horas, sou devorado pela inércia
Absorto à imagem da cruz
À saudade das tardes de poesia
Sublevo-me aos ecos do além.
Chama que separa o céu do abismo
Se tanto insisto em crer na minha imagem
De tantas paisagens mortas!

Há dias suplico a quem amo
Que volvas a mim um olhar de fé.
Qual a razão de procurar
A chama do amor
Qual a viva exuberante luz das alturas
Por onde olho e me embriago.

Há dias penso que sou anjo
Que vivo na esperança de viver
Além das sombras de uma nuvem
Da qual me inspiro
E vou passando meus dias
E meus pensamentos.

domingo, 1 de março de 2009

O ESPECTRO


O espectro

Numa noite clara eu estava em meu sofá com um olho sobre um jornal impresso e outro sobre a imagem belíssima da lua. Foi quando tive uma surpresa, dessas que a gente não espera, mas acontece: eu vi um espectro. Um espectro apareceu-me entre as palavras e as frases, pululou em minha frente e num piscar de olhos, escafedeu-se. Minha cabeça entrou em parafusos, em segundo fiquei desolado, acreditando e não acreditando no que tinha visto.
De repente, um grande silêncio, um silêncio de remover as histórias de minha infância e levá-las a lume, criando personagens em minha mente, os mais alucinados. O céu engoliu as estrelas e um vento mansinho entrou pela janela. Eu não tive como me conter; permaneci imóvel por muito tempo, esperando a volta do infeliz e ao mesmo tempo esperando a proteção da lua.
Veio o infeliz de novo, surgiu do nada, fez vida creio para me dizer algo ou mesmo confessar. Parou diante de mim, cabisbaixo, com certa volúpia em dizer-me o que precisava dizer e ao mesmo tempo incapaz de comunicar. Não sei se pela minha ansiedade ou pela acessibilidade dele diante das coisas espirituais, ateve-se de aparecer e desaparecer, como que brincando de pique esconde.
Se quiseres brincar, que não se esconda. O jogo da vida é sério demais para brincadeiras, mas convém brincar. Permaneci ali, sentado no sofá, agora com um cigarro aceso, um crucifixo na mão e rezando,rezando, rezando...
Eu gritei e nada de aparição. Será isso charlatanismo de algum amigo meu que deva ter colocado uma câmera de efeitos especiais no intuito de testar meus medos diante do sobrenatural? Creio que não, seria besteira pensar nisto. Ou mesmo fruto de minha imaginação, fantasmas ocultos que viviam atordoando-me desde a partida de minha mulher Sofia para a casa de nosso filho mais novo, o João, que se casara recentemente com Maria Luísa, anjo em pessoa.
A casa em que moro é muito velha, cuja iluminação, a mais precária possível. As portas e as janelas chiavam a qualquer ventinho, dava a impressão de que é coisa de outro mundo. Reconstruir uma história macabra e infernal é só pisar os assoalhos escuros e os grossos portais entalhados. Esta é a minha morada.
Nada de espectro, então voltei pro jornal, ignorando que ele viesse a lume novamente. Fingi não ter medo algum, experimentando ao mesmo tempo a sensação de pânico, o pavor, a liberdade do espírito. De repente um barulho, outro barulho, foi quando olhando sobre minha sombra na parede vi um vulto alvíssimo acompanhando-a, tudo muito estranho, escuridão total, fuga. O espectro finalmente apareceu, pedindo que eu me sentisse calmo, que ele não fosse fazer mal algum e só queria confessar-me algo. Acalmei-me um pouco, mas estava petrificadamente exposto como Cristo esteve na cruz.
Agora mais calmo, mas ainda com medo; percebi que era preciso temer o desconhecido, era prudente isso. O jornal caído sobre o sofá, a janela aberta deixando o vento entrar; em questão de segundos o que era conforto foi se tornando apavorante. O infeliz diabo mudou de cor, de seus olhos saíram um fogo semelhante às lavas de um vulcão, mas pelo muito que eu quis saber dele, fui neutralizado pela minha falta de coragem. Afinal, medos são criações mentais, comumente os fantasmas. Mas eu não queria acreditar que não fosse um espectro, seria como ignorar a certeza que eu tinha de minhas visões mais excitantes e de meus medos. Criaturas apavorantes são imagens em nossa mente, ou boas ou más, bonitas, feias, simpáticas, antipáticas, sérias, engraçadas, são imagens de crianças que vivem em nosso subconsciente.
Quando recobrei meus sentidos, levantei-me disposto e endireitei meu corpo olhando dos pés à cabeça minha imagem. Tamanhas eram as semelhanças entre mim e o espectro que não me contive e comecei a gritar para que todo mundo ouvisse. Olhei a minha expressão, olhei a do espectro e acreditei que uma verdade fora-me revelada.
Para surpresa minha esta era a noite mais escura de todas as noites. Não bastassem os barulhos, notei a gaveta reviradas e os meus cartões de crédito ausentes. Nenhum dinheiro e nenhuma história pra contar. Valha Deus! O espectro era eu...
_ Quer comprar uma passagem à lua, moço? – disse.
Dizendo isto, sentou-se a meu lado e pôs-se a me ouvir.
_ Quero não, pois a lua é longe demais...
_ Não, é perto – voltou. Ficamos olhando um no outro, pediu-me que guardasse segredo. E vendo que eu o observava como ele a mim, aguardou que eu continuasse a fala.
_ O senhor não quer mesmo comprar a tal passagem? – puxou a palavra o espectro.
_ Tenho que ir mesmo, se o senhor insiste... ironizei.
_ A passagem custa dois mil e ainda o senhor leva acompanhante – disse o espectro.
_ Eu pago. Logo que eu o paguei o espectro saiu e endireitou-se pela rua afora. Sai correndo para ver a direção em que ele ia, mas minha visão tornou-se turva, ofuscada pela crença de que iria realmente para a lua.
O ponteiro do relógio chegou à segunda hora do outro dia e meus instantes de insônia começaram a se desfazer. O jornal estava sobre o sofá, o copo de vinho caído, e nada mais de espectro, e num impulso ou por intuição pude entender que sempre alguém tem um segredo a nos contar, e que às vezes somos a única pessoa de confiança desde mensageiro.
O espectro que pensei fosse real embrenhara-se nos confins levando muitos dos meus poucos pertences materiais, o que me importava naquele momento era o descobrimento de mim mesmo como criatura frágil na vastidão. É o ponto de partida para estar no mundo, para encontrar o caminho e com quem conviver.
Um telefonema cessou todas as minhas expectativas em rever o espectro novamente, era Sofia que perdera o ônibus e só retornaria no outro dia...
imagem by lagrimapsicodelica.blogspot.com

Georgia,

Nunca te esqueças de que

Dentro de mim

Bate um coração que te ama.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009





Será Lula um novo “messias”?

A aprovação do presidente Lula é recorde, de acordo com pesquisas recentes da CNT/SENSUS, é de 84%, sendo apenas 5% a rejeição ao Governo. É bom lembrar que em dezembro de 2008, os índices eram respectivamente, 80,3% e 15,2%. Quais serão as razões mais plausíveis desta alarmante aprovação? Será Lula um novo “messias” no inconsciente coletivo das pessoas, ou será um desempenho convincente no que diz respeito aos seus programas de governo.
Pra começo de conversa, o presidente é bom de discurso o suficiente para alavancar a esperança do eleitorado das mais diversas classes sociais. Se ele falar que a crise não chegará com força no Brasil ou que a inflação está sob controle, o povo certamente acreditará. Ou a oposição é incapaz de obstruir tal discurso “populista” ou teremos que provar as conseqüências da recessão global para questionarmos melhor se as medidas adotadas foram ou não coerentes.
Para diminuir o impacto sobre a crise mundial, Lula adota um discurso de medidas contra o desemprego e a manutenção dos investimentos e a produção. Mas o modelo econômico é semelhante no mundo todo, tem ênfase na competição e na interdependência econômica, política e tecnológica. Lula fala que seu governo se encaixa em um “capitalismo moderno”, e que seu governo é “responsável” pela melhora social do país. Ora, isso veremos com os novos desdobramentos da crise, nos países mais ricos a produção está cada vez se estagnando, há escassez de créditos, queda nos empregos e o que é pior, não há perspectivas num prazo curto de reação dessas economias.
Se o Brasil é um pais dependente tecnológica e economicamente das nações mais desenvolvidas, não há “milagres” ou medidas que senão a “capacidade de gerar consensos que o Lula tem”. Haja vista a inflação sob controle (e as constantes altas do dólar?) e as empresas não anunciaram demissão em massa (será só discurso ou o nosso PIB está caminhando alheio a tais implicações?).
É inevitável a desaceleração da economia, ou seja, a queda na arrecadação de impostos. Como o governo atual vai gerir seus programas assistencialistas? Até que ponto o messianismo de Lula garantirá a governabilidade deste? O mais coerente quando se ganha menos é cortar gastos, do contrário é intolerável. A meu ver, sem esses programas assistencialistas a popularidade do presidente Lula cairá sensivelmente. Sem ser pessimista, porém imparcial, com um olho no BBB 9 e outro no Palácio do Planalto, observamos os desdobramentos de uma crise global sem precedentes e consubstancialmente a evolução desses discursos humanos.
Dê um clock aqui.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009



Consciência humana: ação e incerteza

Navegar é preciso, viver não é preciso. Mais que a relevância de um lema que fomenta o destino de um povo, de uma nação em busca de identidade e novas riquezas, como o foi Portugal, é a capacidade agir diante das incertezas entre o mundo real e o imaginário. Ou seja, as ações embasadas em viagens reais sobre o mar desconhecido, corajosas e polêmicas que foram o ponto de partida para a modernidade e uma nova relação com os elementos da natureza e novas formas de discurso e domínio. E nova relação humana de saber e consumo, através do advento das novas tecnologias.
A empresa lusitana só foi possível após apartar-se do medo apocalíptico do fim do mundo propagado culturalmente em toda a Idade Média por conta da Igreja, única detentora de um saber aprofundado. Com o Renascimento o homem foi elevado ao pico das preocupações humanas e consequentemente passou a se relacionar mais criticamente com a natureza e transformá-la para seu conforto e para seu pleno desenvolvimento.
Do atraso cultural no período da concepção teocrática (Deus como centro das intenções, como o foi na Idade Média) ao rompimento do lacre da modernidade o homem passou a ser agente transformador do objeto que o viabiliza a sobreviver e demarcar relações de poder. Sem essa relação não seria possível a convivência num mundo em que tudo o que se transforma está relacionado à adaptação ao mundo imprevisto, ao convívio com o novo, com o abstrato.
No que diz respeito às viagens portuguesas poderemos confrontá-las com as viagens espaciais atuais. O fascínio que temos pelo espaço passa pela polêmica de saber o quanto pagaremos pela ousadia de ultrapassar os limites do imaginário. Na época lusa, Camões em Os lusíadas, na voz da personagem Velho do Restelo, fez um alerta à expansão portuguesa quando esta saiu pelo mar desconhecido deixando órfão o povo miserável material e culturalmente. O mesmo discurso encontramos hoje na empresa espacial em que se gastam vultosas fortunas, sendo que em nosso planeta, inúmeros povos encontram-se em condições de vida desumanas e em absoluta miséria. Mas por outro lado, pode ser um caminho para a compreensão humana. Heróis à parte, pessoas e nações em risco não representam a necessidade de um conglomerado de nações interligadas pela globalização e pela aproximação dos costumes, das culturas, da culinária e dos desejos de consumo. Mais que isso, representamos uma fonte de experiência para as gerações futuras no momento em que somos parte de um discurso ideológico e de uma cultura compromissada com o anseio de formar uma comunidade terrígena desbravadora de novos mundos, de novos espaços e, sobretudo de novas tecnologias a serem aplicadas a uma velocidade geradora de desenvolvimento, compreensão humana, ao mesmo tempo excludente no que tange ao estágio cultural em que se encontram os povos; uns ainda tão impregnados em seus conceitos mais fundamentais e religiosos; e outros tão impregnados ao consumismo nada se importam em conviver com os demais de sua raça e de sua cultura.
Em suma, o que as ações portuguesas, vislumbramento para o novo mundo, o éden prometido na Bíblia (o desenvolvimento humano via novas descobertas tecnológicas) fizeram foi possibilitar ao homem a apropriação de meios transformadores da natureza em benefícios. Assim como as observações do Velho do Restelo, essas apropriações das revoluções tecnológicas incondicionalmente promoveram um discurso voltado para o consumo dos produtos tecnológicos, essenciais para a vida humana e até certo ponto excludente para a maioria que não tem acesso a esses benefícios, pois só seriam amplamente benéficos se a população fosse mais homogênea material e culturalmente.